quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

no inverno

podem dizer que ganharam depressões,que o adoeceram, que não bebem agua porque está gelada, que não saem de casa porque está frio, e que não têm galochas e está a chover, que não estendem a roupa porque está vento, que o tempo amolece o corpo...mas podem dizer que a memória não esquece , que mais um ano passou e que o disco memorial gravou todas as coisas boas, as coisas más ficaram pisadas!
vou tentar rasgar as aquelas duas folhas do meu diário,
vou deitar ao mar os dois baldes de água salgada que colhi,
vou respirar fundo,
vou acreditar em mim e nos outros,
...se cair, levanto-me.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Canção

A música tem olhos fulgurantes
movendo-se à volta do fogo
Se és visto por eles tornas-te canto,
tu que és, como tudo é, canto.

Afasta-te do coração,
a tua vida canta sob a música,
não acordes a mortal infância,
foge do que sabes, porque não o sabes.

Talvez sejas apenas o sonho
de um deus não mais desperto do que tu.
Ouve-o dentro de ti, ao deus,
cantando liminosamente à tua volta.


MANUEL ANTÓNO PINA
in « Algo parecido com isto, da mesma substância»

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007


de olhos bem fechados...é mais fácil dormir

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

aceita o convite




Vamos lá a bailar e passar o ano com o pé no ar.....






para mais informações clica http://www.rodobalho.com/fimdeano.html

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

ola

Não será hoje, mais, uma vez que vou escrever algo de jeito..Teria, talvez inúmeros pedacinhos destes meus dias anteriores que gostaria de partilhar! Sem dúvida, pedacinhos, bem gigantes, que ora me deram alegria, ora me deram felicidade...Sabe bem recordar de olhos bem fechados, pois só assim as memórias são mais visíveis. Gostaria de agradecer a muitos conhecidos e alguns amigos os seus sorrisos e o meu! Gostaria de lhes cantar uma música ou de lhes oferecer uma dança..gostaria de brindar com eles esses nossos momentos, porque se não existíssemos...seria igual pra todos!!
No sábado jantamos, bebemos, e fumamos...saímos felizes mas já não sentíamos o frio tão forte como quando entramos naquele restaurante..somos assim em todo lado, e mais uma vez ate dançamos com os clientes do restaurante e saímos de lá prometendo voltar! As nossas vidas têm-se vivendo assim, fazendo festa em todo o lado, ir de terra em terra, descobrir uma dança nova...e sempre a sorrir! Já não me lembro de chorar! Não me digam que é mau!!!Se conseguísse mostrar a todo o mundo o quanto sabe bem, e o quanto é bom viver assim...Acho que não haveria carros nas ruas..e tudo seria uma festa! Mas faria mal...porque cada um descobre a sua "lenda pessoal" através de si mesmo! O mundo tem tantos lados que ate nem parece redondo...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Hoje de manhã vi as personagens que "repintei" numa velha tábua encontrada num passado andanças...não consegui ouvir as suas vozes, mas plos gestos estavam a discutir...:(
Fiquei triste...sempre os idealizei abraçados, apaixonados...felizes!







talvez não fossem eles...

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Irritam-me as pessoas que têm medo de pousar todo o pé no chão quando caminham... lembro-me de uma conversa no lusco fusco...tinhas razão quando dizias que queres porque queres, porque sim, e se queres não tens problemas em dizê-lo, simplesmente porque é isso que sentes agora!



...uma conversa muito simples que me fez pensar...




ponho todo o pé no chão quando caminho, mas estranhamente ainda sinto necessidade de olhar para o chão (para os meus pés) para caminhar com o tronco direito...

quinta-feira, 6 de dezembro de 2007

Ontem assisti a uma conversa de instrumentos! minto...participei nela...fui levemente batento com o pé no chão e balançando o corpo discretamente sentado na confortável cadeira. Viajei por um país e por mil e uma vidas...vi filmes e retratos antigos nos quais entrei..um retrato social transformado em retrato musical...pintado ao vivo.




obrigada pla companhia e pla mão quente;)

boa noite

de certo ainda estarás a tempo de reatar esse teu "Segundo" amor.. (se é isso que tanto falas).
eu já li o texto dele muitas vezes e de facto eu não morro lentamente .
mm se não tivesse alguém ficaria no meu canto..não é por ter alguém que me vai fazer mais feliz ou alegre, existe tantas coisas que me fazem bem !! acordar e saber respirar, olhar, tocar, nem que seja em mim própria...orgulho-me por ter nascido. por sr quem sou, e tenho pena de muitas pessoas agirem como se fossem viver para sempre..porque tudo se perde no mundo...e enquanto vivemos tudo se ganha .
é difícil saber viver, não é uma brincadeira!! mas é bom viver! saber amar! saber esperar! saber ponderar! e saber brincar! tudo é um conjunto...mas é belo! é fraco, é forte quando o exercitamos!não sei o que mais te poderei dizer! encontramos-nos num blog, num café num sitio qualquer..o importante é saber não rasgar a folha, e nunca escrever a lápis, nem a tinta de água!
boa noite

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

respondendo à tua pergunta

sou feliz e alegre e tenho um sol nas minhas mãos!! (:
quero partir esta esfera de vidro...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

comparações

" a felicidade está para a alegria como a lâmpada eléctrica está para o sol. A felicidade tem sempre um objecto, é-se feliz por alguma coisa, é um sentimento cuja existência depende do exterior . A alegria, pelo contrário, não tem objecto. possui-nos sem qualquer razão aparente, no seu ser assemelha-se ao sol, arde graças à combustão do seu próprio coração..."
que merda de mundo é este?..ouvem-se falar de mil e um valores e no fundo somos todos uma merda! sinto-me rodeada de hipocrisia e futilidade...e o pior é que nada posso fazer...respiro fundo, engulo em seco e continuo com o meu sorrisinho falso na cara! tou a ficar contagiada....Deus me livre! grrrr...tou farta, farta, farta!

a morrer lentamente...

"Morre lentamente quem nao viaja, quem nao le,quem nao ouve musica, quem destroi o seu amor proprio,quem nao se deixa ajudar.

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias o mesmo trajecto,quem nao muda as marcas no supermercado,nao arrisca vestir uma cor nova, nao conversa com quem nao conhece.

Morre lentamente quem evita uma paixão,quem prefere o "preto no branco" e os "pontos nos is" a um turbilhão de emoçoes indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos,sorrisos e soluços, coração aos tropecos,sentimentos.

Morre lentamente quem não vira a mesa qdo esta infeliz no trabalho,quem nao arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho,quem nao se permite uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente quem passa os dias a queixar-se da má sorte ou da chuva incessante, desistir de um projecto antes de inicia-lo, nao perguntando sobre um assunto que desconhece e nao respondendo qdo lhe indagam o que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,recordando sempre que estar vivo exige um esforço mto maior do que o simples acto de respirar. Estejamos vivos então!"
porque é que ás vezes nos sentimos sózinhos no meio de tanta gente?!...



...tenho fome de mais.

domingo, 2 de dezembro de 2007

nem fraco nem forte

" eu tenho um terreno mas não tenho enchada, tenho uma carrinha mas é emprestada; tenho água no poço, mas está salgada; com estas sementes eu não faço nada.
Eu tenho e não tenho, ando assim, que sorte! Ando em meias tintas, nem fraco nem forte.
Eu tenho e não tenho, não é que me importe, ninguém me confunde, nem a própria morte. Venha o que vier, ao azar da sorte, nem cá e nem lá, nem fraco nem forte. Tenho um cão da guarda, dorme o dia inteiro , e tenho uma vaca mas trago-a ao leiteiro, galinhas e porcos já não há dinheiro, um cão e uma vaca e eu no poleiro.
Eu tenho e não tenho, ando assim, que sorte! Ando em meias tintas, nem fraco nem forte. Tenho e não, tenho e não...
Minha casa é grande mas chove lá dentro, tenho um lindo fato mas já lá não entro; eu sei tanta coisa mas já não me concentro; tenho a sorda pronta falta-me o coentro Hoje tenho tempo, mas está a chover, há sol amanhã, eu não vou poder; é uma canseira não vê quem não quer; que vida agitada tudo por fazer. Eu tenho e não tenho, ando assim, que sorte. Ando em meias tintas, nem fraco nem forte."

sábado, 1 de dezembro de 2007

vou de regresso...

Enfim, 12 dias já foram gastos..houve sol, frio, e hoje chuva! que dia mais belo, quem me dera daqui a 50 anos lá chegar, vocês com certeza já só terão aqui o corpo, a vossa alma; essa vai viajar pra outro lugar! Não sei o que me vai acontecer, e a vocês também, mas sofro por pensar, choro ao recordar momentos que ainda estão para vir que nem sei como vão acabar! Que atitude mais estúpida! Por mim viveríamos todos para sempre! Sério!! Acreditem que o desejo! Mas não devia desejar..tenho falta da minha criança, do meu não pensar, falta de brincar, de cortar os cabelos às bonecas, de fazer do bidé uma piscina para as lavar, falta de ir praí e fazer a comida de terra, com um fogão de tábua, e talheres de pau. Sim, sinto tanto essa falta! Quanto doí pensar!! Aqui estou eu de viagem e a recordar, as fotos tiradas de à anos atras, as fotos tiradas de hoje..como os anos passam!! Como doí, como choro e não me envergonho...queria ter aqui um ombro agora, direito ou esquerdo, não me importava qual, mas como doi!!!quantos anos faltarão?quantas dores mais virão? Amo a minha vida, amo-vos a vocês...amo-vos *daqui*! não amo a tristeza amo-vos a vocês....
fodasse...

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

grrrrr!!!!

--------APETECE-ME DIZER PALAVRÕES--------

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

"vai onde te leva o coração"


"porque será que as verdades elementares são as mais difíceis de compreender? Se eu tivesse compreendido que a principal qualidade do amor é a força, talvez tudo se tivesse desenrolado de forma diferente. Mas, para sermos fortes, é preciso gostarmos de nós, é preciso conhecermo-nos profundamente, saber tudo de nós, mesmo as coisas mais ocultas, mais difíceis de aceitar. Como é possível levar a bom termo um processo deste género, quando a vida com o seu rumor vai empurrando para a frente? Só o pode fazer desde o início quem possui dotes extraordinários.
De repente, alguém - ou o vento - atira-nos ao leito de um rio, graças à matéria que somos feito, em vez de irmos ao fundo flutuamos; isso já nos parece uma vitória e, por isso, de repente, começamos a correr, deslizamos velozes para onde a corrente nos arrasta; de vez em quando, um molho de raízes ou uma pedra obriga-nos a parar; ficamos para ali durante algum tempo, batidos pela água, e depois a água sobe e liberta-nos, e continuamos em frente; quando o curso é tranquilo, vamos à superfície, quando surgem os rápidos, submergimos; não sabemos para onde vamos e nunca ninguém pergunta; nos troços mais calmos, conseguimos ver a paisagem, os diques, os silvados; mais do que pormenores, vemos as formas, o tipo de cor, vamos demasiado depressa para vermos outras coisas; depois, com o passar do tempo e dos quilómetros, os diques vão ficando mais baixos, o rio vai alargando, ainda há margens, mas por pouco tempo. « Para onde vais?» perguntamos então nós próprios e, nesse instante, à nossa frente, abre-se o mar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

gosto do cheiro da chuva na terra seca
gosto de ir a ouvir música no autocarro e imaginar que tudo á minha volta é um filme que eu estou a realizar
gosto de fumar um cigarro á luz da lua
gosto que me toquem levemente no cabelo antes de dormir
gosto de reler os meus pequenos diários do passado e chorar que nem uma desalmada ora de felicidade e saudade ora de tristeza
gosto de falar com uma constelação
gosto de partilhar silencios
gosto de abraços quentes e apertadinhos e beijinhos na testa
gosto de sentir o vento a tentar levar-me os cabelos
gosto de fechar os olhos e imaginar-me daí a alguns anos
gosto de escrever quando me dá vontade de gritar
gosto de rasgar os rótulos das garrafas de cerveja
gosto de tar quentinha na cama a ouvir a chuva forte lá fora
gosto de fechar os olhos quando danço uma mazurka
gosto de andar descalça na terra seca da minha aldeia
gosto de me sentar na varanda a admirar aquela bela paisagem
gosto de reabrir velhas caixas e relembrar velhas histórias
gosto de ouvir o barulho que o comboio faz
gosto do som que as folhas secas fazem debaixo dos meus pés
gosto de ver o sol todos os dias
gosto de fazer desenhos com os pés na areia molhada da praia
gosto de sentir aquela vertigem de quando um grande camiao passa a alta velocidade a 1 metro de mim
gosto de procurar a alma das pessoas nos olhos...fixos...seguros...brilhantes!


e tu...gostas de quê?...
"Leva qualquer eu a meu dia
Dá-me paz eu só quero estar bem
Foi só mais um quarto uma cama
No meu sonho era tudo o que eu queria
Quando alguém deixar de viver aqui
Espera que ao voltar seja para ti
Nada vai ser fácil
Nunca foi
Quando alguém deixar de te dar amor
Pensa que há quem viva do teu calor
Hoje é só um dia
E vai voltar amanhã
E não foi assim que o tempo nos fez
E fez assim com todos nós
E não foi assim que a razão nos amou
E fez assim com todos nós
São coisas
São só coisas
Se uma voz nos diz que é viver em vão
Pra que raio fiz eu esta canção
E se o fim é certo
Eu quero estar cá amanhã
E não foi assim que o tempo nos fez
E fez assim com todos nós
E não foi assim que a razão nos amou
E fez assim com todos nós
São coisas
São só coisas
Eu estou bem
Quase tão bem
Vê como é bom voltar a dizer
Eu estou bem
Quase tão bem
Vê como é bom voltar a dizer
Eu estou bem
Quase tão bem
Vê como é bom voltar a dizer
Eu estou quase a viver"

Segundo elemento: A TERRA


" Pertencemos a este mundo, Senhor. E ele está povoado pelos nossos temores.
Escrevemos as nossas culpas na areia, e o vento do deserto encarregar-se-à de as dissipar.
Usa a nossa vida, alimente os nossos sonhos. Se somos feitos de Terra, a Terra também é feita de nós.Instrui-nos e usa-nos.somos teus para sempre.
Se amarmos, o mundo transforma-se. A luz do amor dissipa as trevas da culpa."

lalalalala

Ele não é mais que um simples ele, que me pinta com a sua cor negra que se embeleza na cor dele. É ele o significado dos sonhos do imaginário visível que eu vivo sem poder viver.
E cresço no amanhecer nublado do tempo que entrego na paisagem de um sonhador...
Sinto por não sentir o sofrimento da ausência e a crueldade dos sonhos que não se querem realizar; sejam eternos na luta que não pára de avançar.
Quero construir sonhos, realidades absolutas e verdades misteriosas...poder realçar pureza dos pesadelos, e o feio dos sonhos encantados..já não existem princepes , histórias encantadas nem belas adormecidas também. O nosso princepe encolhe os ombros e franze as sobrancelhas , e a nossa bela boceja e rapa o cabelo; não há vida nas histórias encantadas, só a morte a um beijo..um beijo que é leve, tão leve como o sabor de uma cereja. E a vida onde fica?

sábado, 24 de novembro de 2007

nada de folclores plo momento



Devendra Banhart - A Ribbon

One, two, three, four

I'd like to sing to you, if you'd like me too
I'd like to sing to you, if you'd like me too
I'd like to sing, sing, sing, sing, sing to you
Alone

I'd like to dance with you, if you'd like me too
I'd like to dance with you, if you'd like me too
I'd like to dance, dance, dance, dance, dance with
you
Alone

I'd like to sleep with you, if you'd like me too
I'd like to sleep with you, if you'd like me too
I'd like to sleep, sleep, sleep, sleep, sleep with
you
Alone

Ribbons around the fumes, we'll be sleeping soon
Ribbons around the fumes, we'll be sleeping soon
Ribbons around those fumes
Alone

...estou a soprar contra o vento, se soprarmos os dois talvez consigamos combater o frio que tantas vezes nos gela a alma, talvez consigamos impedir que ele apague a fogueira que nos aquece, talvez consigamos impedir que ele varra as folhas secas que ainda há para pisar...e todos os pedaços de papel que tão bem foram escritos...sentiremos a leve lufada de ar fresco da liberdade...se soprares comigo...talvez...

10:07

já é noite e eu quase que não vi a luz deste nosso dia. Lá pras 11horas talvez vá por aí, ainda não sei bem o sítio, mas lá hei-de ir! Provavelmente será tarde de mais mas cedo para se começar uma noite, já que o dia dobrou a nossa página. E se me disseres onde queres ir, eu cnvidaria-me para te seguir, e aceitarias o teu dormir ao lado do meu dormir. Se quiseres podemos ficar em silencio, ou se preferires, podemos cantar.ou...vamo-nos abraçar?!
" cala-te menina,cala
cala-te menina, cala
que a senhora logo vem
que a senhora logo vem.
ohohohohohoh
cala-te menino, cala
cala-te menino, cala
cala-te toca a calar
cala-te toca a calar "
E eu beijo-te a cara e tu tocas-me no cabelo.. durante imenso tempo...as vezes até adormecemos assim...e deixas te ficar. obrigado! digo! dizes! agora já sao 11 e 5.

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

merci!

antes de começar


- tu também te mexes como as pessoas?!
- chiu!
- E eu que julgava que so eu é que podia mexer-me!
- Eu também julgava que era a única que podia mexer-me!
- E nunca sentiste a puxar por ti, todas as noites?!
- É que eu julgava que era o homem que puxava por mim!
- E tu? puxaste por mim alguma vez?
- Nunca...nunca experimentei puxar por ti..Eu tinha pena, se ao puxar por ti, tu não te mexesses. por isso nunca experimentei!..
- Se eu soubesse que tu eras como eu!
- Se eu soubesse que tu também eras assim!
- A culpa é tua! Eu bem que puxei por ti , todas as noites!
- E eu que não sabia que eras tu. tu não imaginas como sou timida..
- Não há razão. Não está ninguém a ver.faz algum mal?
- Mas se vissem ?
- Não podem ver!
- Tu tens a certeza que não te podes enganar?- As pessoas é que se enganam! Nós os bonecos, nunca nos enganamos!!!
- A dizer a verdade, eu nunca me enganei...Mas nunca faço nada porque tenho medo de me enganar!
- (a ralhar)Pareces mais uma menina do que uma boneca!!
- E não dizes nada mal!!..Pois quantas vezes eu me esqueço de que sou uma boneca e me ponho a pensar, exactamente como se fosse uma menina!
- (ri) Isso é mesmo de boneca!
- Mas que queres que eu faça? eu sou assim..Não fui eu que me fiz!..E tu também não podes falar!..Tu levantas-te quando te apetece e mexes-te à tua vontade, como se fosses uma pessoa..e isto, para um boneco parece a mias!..
- És mesmo parvinha de todo! Então tu não sabes minha estupidazinha, que um boneco quando não está ninguém a ver se mexe à sua vontade?
- Já me quis parecer isso...tenho pensado muito a esse respeito..mas a certa altura começa-me a doer a cabeça e nc consegui ate hoje, pensar esse assunto até ao fim!
- Ouve lá! Porque é que falas tão baixo? A tua voz não dá mais do que isso?
- Parece -me que dá...Ainda não experimentei gritar mas tenho a certeza que sou capaz de dar um grito que se ouve de mais longe!
- Então porque falas tão baixo?
- chiuu(muito baixinho)...É por causa do homem. se ele soubesse que nós mexemos!..tu já pensaste a sério a este respeito? um dia, sem querer tu julgas que o homem não está aqui e ele está a ver-te! que horror!! nem quero pensar!!
- Ora!! Mesmo que o homem me visse a mexer, julgava que era um sonho..não acreditava.
- Não é tanto assim!..Tu é que não sabes o que se passa!Há dias, o homem estava todo bem disposto, chamou a mulher dele e disse-lhe a apontar para mim: Não achas que ela - era eu - tem cara de quem está à espera de que a gente não esteje a ver para se pôr à sua vontade? Os filhos deles também já andam desconfiados..e agora, em vez de irem brinca como dantes, vão-se pôr à espreita ali, daquele canto, à espera que qualquer um de nós se mexa..
- Seja quem for, se vir um boneco a mexer.se sozinho, julga que é um sonho..e não acredita!!
- Faz como quizeres:a mim é que eles não me hão-de ver nunca a mexer sozinha!
- Tu és medrosa!
- pois sou...
- Ma eu já fui espreitar ..não está ninguém aqui ao pé.
- Tens a certeza?
- Sim, tenho a certeza! Foram todos juntos p`rá cidade.
- Logo hoje por infelicidade, a filha não me quis levar com ela! quando está contente leva-me sempre na algibeira do casaco..
- já por várias vezes fomos os dois juntos dentro da mesma algibeira!..
- É verdade!..Nesse tempo ão sabia que tu eras como eu..
- É verdade!..nem eu!..e podiamos ter falado tanto, dento da algibeira!..fartei-me de puxar por ti!..
- Eu não sabia que eras tu!
- Era eu !
- Porque não me disseste ao ouvido?
- Eu não sabia que ouvias!
- Pois ouvia!





obras completas de Almada Negreiros

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

prakelesksabemkosão...:)


« Um dia a maioria de nós irá separar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que partilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, da angústia, das vésperas dos finais de semana, dos finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez continuemos a nos encontrar, quem sabe...nas cartas que trocaremos. Podemos falar ao telefone e dizer algumas tolices... Aí, os dias vão passar, meses...anos... até este contacto se tornar cada vez mais raro. Vamo-nos perder no tempo.... Um dia os nossos filhos verão as nossas fotografias e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?" Diremos...que eram nossos amigos e...... isso vai doer tanto! - "Foram meus amigos, foi com eles que vivi tantos bons anos da minha vida!" A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar vontade de ligar, ouvir aquelas vozes novamente...... Quando o nosso grupo estiver incompleto... reunir-nos-emos para um último adeus de um amigo. E, entre lágrima abraçar-nos-emos. Então faremos promessas de nos encontrar mais vezes daquele dia em diante. Por fim, cada um vai para o seu lado para continuar a viver a sua vida, isolada do passado. E perder-nos-emos no tempo..... Por isso, fica aqui um pedido deste humilde amigo: não deixes que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades.... Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos!"

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

chuva

..luvas sem dedos...gabardine com forro...lenço verde...gorro esburacado...

anoiteceu. sózinha, mais uma vez, viajo pla minha mente e lá ao fundo vejo grades...estarei novamente presa?..fecho os olhos...recordo sorrisos que conheci e redescobri (um deles era o meu!...onde foste?)...recordo fotos a preto e branco do passado...encontrões e quedas, pequenas cicatrizes e tatuagens que me fazem ser quem sou...o fado que me fez chorar...as danças que me fizeram voar...(agradeço-Te o novo par de asas, mesmo com uma empenada vou tentar planar). Os pequenos passos soltos e leves que na semana passada dei...as gargalhadas, sorrisos sinceros que se espalharam pla noite num ambiente de fraterna cumplicidade... Aquele sentimento de segurança e liberdade(!!!) que por algumas horas povoou o meu ser...(bem dizem que o álcool faz milagres). A frustração de querer sempre mais e sentir as mãos amarradas. o medo...de quê?!...agora..só de não me conseguir libertar... Ai..este inútil passar das horas!! quero parar o relógio, caminhar sobre as folhas secas e ter tempo para me reencontrar...

pelo caminho

Tenho os meus momentos. Hje não decidi , mas sim, decidiram por mim que viria sozinha. Aquele longo e escuro caminho parecia não acabar mias, e quantos mais passos dava em frente, mais parecia andar com o diabo! senti mil e um sentimentos, pena tive de não os ordenar.."imagine uma imagem tão perfeita como o momento" dizia o cartaz colorido quando levantei os olhos do chão..que palermice! há imagens perfeitas? hoje não vi nenhuma..mas talvez os dizeres têm a sua razão; "imagine"...imaginar todos conseguimos, agr a realidade está longe de todos nós.é tudo uma questão de imaginação, posso eu afirmar! se sorrio é porque sorrio, e porque se nao sorrisse nao vivia, se choro, é porque não estou feliz, então choro porque vivo.oha, talvez sentisse menos frio se chorasse; e mais dor se me risse! agora irrito-me, porque não sei o que escrever, irrito-me porque tinha tantas coisas pra desabafar, coisas simples que nunca desabafo a ninguém e que me apetece falar..seria mais simples falar com gestos agr, gritar, correr por ai, chapinar nas poças de água perdidas plos passeios..mas prefiro-me esconder ou fugir, como fazem as andorinhas quando a primavera se vai ! e assim fico, quando falo coro, quando não falo perguntam-me-; "o que se passa contigo hoje?" ou afirmam " estás tão murchinha hoje!" como disse...tenho os meus momentos ...

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

tenho o que?

tenho algo sem saber?
tenho algo sem querer?
tenho algo sem merecer?
tenho algo que nao quero ter?
tenho sem pedir?
tenho o que?
tenho o que?

domingo, 18 de novembro de 2007

aquilo que nos define ou nao..


afinal toda a gente se tinha apercebido
foi giro !
sorrio e fazes me bem !!
e fazes me feliz apesar de nc darmos "nomes as coisas"
*
(:
ainda bem!
os nomes não interessam para nada
como diz o javier =P
sim tu tens razao e ele tem razao tb ...

sábado, 17 de novembro de 2007

calor quente

hoje sentei senti e pensei ... um calor invadiu o meu corpo, apoderou se do frio da chuva que aqui chuvia..Apos uma noite de dança, de tantas polskas, mazurkas, e passes valseados de déjà loin, tanto alcool, tanto suor, tantos sorrisos dos mais belos ..parei pra pensar em ti , em mim, em nós..parei pra pensar nela tambem ...."a vida é tao rara, a vida nao pára"..consigo me aperceber que chorar consegue ter tanta importancia e que alivia o calor..o meu coraçao quer saltar , ele quer dançar e sorrir assim,sim , como o conheço bem !!! acalmas te os meus passos giras te comigo numa dança que nao acabou ainda! que bela e infinita dança...será que tu onves a mesma dança?será que consegues continuar a girar comigo sem me pisar?


Yann Tiersenn--Déjà loin

terça-feira, 13 de novembro de 2007

...

"Find a way and clear my soul
Driving out to get my goal
God knows I cannot stand
It's time to say goodbye
You don't know, you should have known
the pain I feel inside
So, I was dreaming of you
I was falling with you
and broke my heart
So, I was falling for you
I was dreaming with you
and broke my heart
Find a way and clear my soul
Driving out to get my goal
You don't know, you should've known
the pain I feel inside
God knows I cannot stand
It's time to say goodbye
Find a way to ease my breath
on and on to fill my chest
I can't stay, I cannot stay
cause only tears remain
I can't hide, I cannot fight
and play this crying game
So, I was dreaming of you
I was falling with you
and broke my heart"
De volta ao meu acolhedor cantinho...sorrio;)

sexta-feira, 9 de novembro de 2007


derramei gotas sobre letras mal escritas...

terça-feira, 6 de novembro de 2007

piiiii....


vivo ao som de mazurkas mazurkinhas e mazurkistas...vives assim sem saber! experimenta, torna te dono do teu proprio passo , deixa te guiar, tenta trocar! sorri sem te esforçar..a vida é assim.. e basta talvez uns poucos 3, 2 minutos ou mm 1 minuto pra colocares um sorriso gracioso na face e girares em todo o mundo que existe sem imaginares que existe...senta, observa, dança so com a cabeça..contraria os musculos...doi, nao é? despe te e entrega te a ti proprio..ng te vai criticar, julgar ou apontar! eu sei...ja me despi e sorri..

domingo, 4 de novembro de 2007

ficou frio

...mudamos o nosso mundo quando nos mudamos a nós...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

(...)


Deixei cair no chão a cinza de um cigarro que insiste em não se deixar levar plo vento. Sei que a chuva a vai matar.

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Lembro-me quando era pequenina de ir á varanda sacudir a toalha num final de jantar primaveril, olhei para cima e vi um anjinho com um carrinho das compras a levar uma alminha para o céu…;) não sei se na altura a minha mãe acreditou…
Nunca mais vi nenhum.
Lembro-me de chorar ao imaginar a minha gata presa num foguete a explodir no ar em mil cores…mas na altura achava engraçado metê-la na máquina da roupa…
Lembro-me do pesado sentimento de culpa (na altura mais pesado que eu) quando descobri a minha tartaruga seca debaixo do guarda-fatos dos meus pais…enterrei-a e fui colher flores para cobrir o seu túmulo.

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Permanecemos…
No meio de orgasmos trémulos que o vazio olhar apaga.
Esculpiremos medos, angustias e os sonhos que não existem num pedaço de gelo…colocá-lo-emos no forno. Espero coragem para o acender.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

..o som que faz da tua vida uma danca...


"Passos encadeados, gestos soltos, toques sentidos, tecidos que voam, corpos que se exprimem, olhares que se trocam, mãos que se estendem, olhares que não se vêem, olhares desmaiados, olhares vivos, cor, sentimentos que se transpiram, ideias que se pensam, ideias que se dizem, sussuros, cheiros que se pronunciam, a ansiedade de pisar o palco, a confiança de passos seguros, o risco de tropeçar, a partilha com o outro, o estar sozinha, o estar com o eu, o dar, o ouvir... O escutar!!!

A vida e o bailado dos sentidos!

Muitas vezes tropeço, muitas vezes caio no chão... Apercebi-me que não chega levantar-mo-nos e tentar de novo. Experimentei ficar sentada no chão. Curvar a cabeça sobre os joelhos, fechar os olhos para o bailado e escutar o que verdadeiramente toca o meu coração... Ficar assim ate o meu corpo bailar nas vestias da mente, segurando na mão a melodia que o fez erguer. Bailo sem medo, sem receio, sem angustia... Bailo comigo mesma, sou eu. E na outra mão seguro quem comigo quer bailar, quem me toca a melodia que traz na sua mão, quem procura escutar o seu verdadeiro som... Na outra mão trago o mundo!

E numa corrente de mãos vamos bailando ao som de melodias que se entrelaçam, que se misturam sem medos... E quando verdadeiras formamos a mais bela das sinfonias!

Vamos bailar"

por : vidinha

segunda-feira, 1 de outubro de 2007


inseguro cosmos...trémulo...está a murchar...sente-se frágil, tão frágil...se o empurrares morre. não o queres regar? talvez te agradeça... sopra-lhe devagarinho para que fechando os olhos se sinta novamente parte da natureza...sente-se tão só na floresta escura...à noite as gotas de orvalho caiem sobre ele...ou será que caiem dele?...não interessa...aliviam-no assim por instantes.

pobre pequeno cosmos, para que serves tu? és fraco, hesitante e intranquilo... descobriste que sózinho não és nada...






hoje estou roxo-velho-triste.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

para nós



Espero por ti,
num lugar esquecido no tempo
num banco inérto às décadas
num sofá largado à beira do lixo
num sítio sem espera.
Espero onde o tempo não espera por mim.
caio só sobre lágrimas humidas no chão,
em poços escuros e buracos sem cor ... perdi a visão.
Deixo o meu corpo insensível e desgastado do trabalho arduo e feroz de que eu própria sou chefe,
e guio-me por trilhos já percorridos e incertos...porra...esqueci a volta.
mas não páro por temer não saber a entrada e sigo para descobrir a saída.
Tu não me procuras,
não me lembras!
Sou um pedaço de papel queimado e lançado ao vento, ao temporal
torno me cinza destruidas pela chuva que tu pisas
e que o sol não seca e que são ignoradas num chão.
é indiferente para ti saber o qu eu penso, é indiferente a minha diferença.
sou eu a minha própria destruiçao..crio ilusão!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

gema de ovo

isto de pintar
tem muito que falar
ainda ontem andava a rabiscar
e hoje ja começo a pincelar..

...

hoje parto...para um perto que me parece imensamente longe...


(ó amarelo torrado, já pintavas alguma coisinha!!!;p)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Amanheceu. Os raios de sol já me entram pla janela.
Na cabeça o quico, numa mão a paleta e à frente a tela,
começo a pensar na cor do pensamento…
penso sem querer nesta vida preta e branca…em todo o meu tormento.
Pego no pincel. Sinto-me repentinamente leve…solta-se a mente.
Olho para um palco negro, opaco e pinto-o de transparente.
Agora está livre podemos actuar!
Com ou sem vontade sou obrigada a pintar…
Junto um ínfimo de preto ao amarelo…amarelo torrado!
Um pouco de azul ao magenta… tantos tons de arroxeado!


Esboço um deserto…longínquo…seco…sombrio…

…um corpo…morto…roxo…frio.


Talvez tenha morrido de sede… (sede de paz?...)
Ouço o que o cadáver murmurando me pede…
atiro-lhe instintivamente um copo de água.
Suspiro com um incerto alívio…terei afogado assim a mágoa?
Restou-me uma mancha roxa amarelada…
descubro que não sei pintar, deito-me triste e cansada.
Sonho com uma areia quente, brilhante, amarela torrada…
dela rompe uma cosmos cheia de vida…arroxeada…

terça-feira, 18 de setembro de 2007