claro que é..não sabias?

e tenho a visão turva. deve ser do nevoeiro. ou se calhar da venda.

tanta coisa ca dentro, tanta..uma mistura estúpida que me vai suavemente sufocando...estas quatro paredes..as chaves na mão..e o não avançar...

olho, vejo amarelo, tu olhas e ves azul...questiono-me se algum dia vamos ver verde...(dizem que é possivel quando queremos..)

uma angústia tão afiada penetra o peito deixando escorrer um fino fio de sal...porque me doerá tanto o que queres e ao mesmo tempo tens medo de viver? porque é que as pessoas nao sao todas iguais?..seria estupidamente ridiculo..mas tao mais facil...

percorro caminhos de pedra com os dedos, sinto o relevo das montanhas debaixo dos meus dedos..e apercebo-me que já nao distingo nada...

queria que saisse mais..mas ja nao suporto este estado..vou procurar 3mg de paz..

quero que me vejas, quero ver-te...vamos tirar o nevoeiro, sem matar a flor?

a vida é puta?

...e até dá vontade de chorar quando me lembro que até o mais ignorante dos ignorantes sabe que a única coisa certa nesta vidinha é a morte. (até ver...).

...

olhares cumplices

sorrisos sinceros

canções que ficaram no ouvido

abraços no coração

mais um ano

mais uma dança

mais calor

mais perto

um cemiterio iluminado por estrelas

um lago puro debaixo do sol

uma sangria sem açucar

um vento frio

o reflexo de uma paisagem, de um desejo.

deixo escorregar a minha mão para a tua e penso para mim..."temos todo o tempo do mundo".

porque os espinhos são uma verdade absoluta..e estou em aprendizagem...ora os limo,ora me desvio, ora me pico.