quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"All of you is Sacred.

Forget about enlightenment.
Sit down wherever you are and listen to the wind that is singing in your veins. Feel the Love, the longing, and the fear in your bones.

Open your Heart to who you are, right now, not who you would like to be. Not the saint you’re striving to become. But the Being right here before you, inside you, around you.

All of you is Sacred.

You’re already more and less than whatever you can know.
            Breathe out, look in, let go.."

~J. Welwood
 

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

 
"Here's what I'd like to propose: Maybe our purpose has nothing to do with what we do for a living. Maybe our purpose is really about living authentically and discovering who we really are.

The Shadow is the underbelly of your personality that you'd rather others not see. It represents your deficiencies, your failures, and your selfish drives. Most of us flee before anyone has the chance to see this side.

But here's the thing: the part of you that's darkest has the most to teach you about your purpose. If discovering your purpose is really about self-discovery, your darkness shows you where you most need to grow.

More importantly, it shows you from whom you most need to learn. And it's the people you like least who have the most to teach you about yourself.
But most ignore the dark side. Instead, you seek comfortable relationships that reinforce worn, stale images of yourself."

~Shelley Prevost

domingo, 27 de outubro de 2013

Pfff...descrição perfeita...*

O que te posso dizer é que aos poucos fui descobrindo que a gente se encontra com os outros para além das palavras: que há encantamentos que nascem dos gestos, que é preciso pô-los em comum e que isso pode despertar vibrações desconhecidas que a sexualidade apenas revela. É pena que quase sempre se fique por aí. Às vezes penso que o desejo é um artifício da natureza para nos ligar aos outros enquanto não descobrimos que é preciso aproximarmo-nos deles com uma outra e maior entrega do que somos e do que temos.

António Alçada Baptista
in "O Riso de Deus"


"Os dois estão convencidos
de que foi um sentimento súbito o que os juntou.
É bela uma certeza como essa,
Mas é mais bela a incerteza.

Acham que por não se terem conhecido antes
nunca houve nada entre eles.
E o que diriam as ruas, escadas, corredores,
Onde há muito podiam se cruzar?

Queria perguntar-lhes
Se não se lembram -
Na porta giratória talvez
Um dia cara a cara?
Em meio à multidão um 'com licença'?
No telefone a voz - engano?
- mas conheço sua resposta.
Não, não se lembram.

Ficariam surpreendidos de saber
Que já faz tempo
O acaso brincava com eles.

Não preparado ainda
a transformar-se para eles num destino,
aproximava-se e os afastava,
cortava-lhes o caminho
e, abafando a gargalhada,
saltava para o lado.

Houve sinais, signos, só que ilegíveis.
Talvez há três anos atrás
ou na terça-feira passada
certa folha voou
de um ombro para o outro?

Houve algo perdido e recolhido
Quem sabe, uma bola
já no bosque da infância.

Houve maçanetas e campainhas,
em que antes
já o toque se punha no toque.
As malas lado a lado no depósito de bagagem.
Talvez, numa certa noite, o mesmo sonho
Apagado imediatamente depois de acordar.

Pois cada princípio
é apenas uma continuação,
e o livro de eventos
sempre aberto no meio."

 
Wislawa Szymborska

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

"As tuas mãos nas minhas. O incrível miraculoso de eu dizer o teu rosto. O ardor de um meu dedo na tua pele. Na tua boca. O terrível dos meus dedos nos teus cabelos. O prazer horrível até à morte da minha entrada no teu corpo. "

Vergílio Ferreira
in Cartas a Sandra

"Nos rios, a água em que tocas é a última da que passou e a primeira da que está para vir: assim é o tempo presente. A vida se for bem passada é longa."

Leonardo da Vinci.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013






"Nowhere is a person's "stuff" more likely to show up than in an intimate relationship. Closeness requires vulnerability, and for some people, tearing down those walls can be very scary. Protecting your heart may be something you've needed to do, but if you want someone to really know you, you're going to have to stand there, naked. With all your beauty and all your pain. Because if you edit stuff out, or push things down, you'll understand in your heart your partner doesn't really know you. If you want to be seen, you have to be willing to show yourself. And in order to create something healthy with someone else, you really need to know yourself, too. Otherwise how can you articulate what's true for you? What lights you up, or scares you, what you need or want in your heart of hearts? And how can you be accountable when your stuff comes up, which it will? The ability to recognize what is yours is vital so you can apologize when you need to, so you can explain yourself clearly, so you can work on those areas that may be holding you back, that's one of the huge gifts of relationship. That's the path to true intimacy. Infatuation is easy, intimacy is hard. There are no winners when you and the person you love are in pain. You protect your ego, or you protect the relationship. If you want to truly love, that requires your vulnerability, and it takes guts to be naked like that."
~ Ally Hamilton

terça-feira, 15 de outubro de 2013

"Põe-me o braço no ombro
eu preciso de alguém
dou-me com toda a gente
e não me dou a ninguém
frágil
sinto-me frágil

Faz-me um sinal qualquer
se me vires falar demais
eu às vezes embarco
em conversas banais
frágil
sinto-me frágil

Frágil
esta noite estou tão frágil
frágil
já nem consigo ser ágil

Está a saber -me mal
este Whisky de malte
adorava estar "in"
mas estou-me a sentir "out"
frágil
sinto-me frágil

Acompanha-me a casa
já não aguento mais
deposita na cama
os meus restos mortais
frágil
sinto-me frágil"

                                       Jorge Palma

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

pic by Coachella
-"E depois?"
-" Depois não, foi o início...
...Então, ela estava sozinha no café, a ler, como sempre, para ela não havia melhor companhia que um bom livro, era meia solitária...mas sentia-se bem assim. Fumava, entre o desfolhar das páginas ásperas e as pausas entre frases que a faziam viajar... parava, olhava lá para fora (chovia lá fora) e repetia na sua cabeça o que tinha lido e interpretava-o e transportava-o para a sua vida que ora achava monótona, ora complicada de mais. E esse livro que ela estava a ler era daqueles que mexem tanto por dentro que não apetece nunca que cheguem ao fim (ela tinha uns quantos por acabar...), e aquele capitulo, em especial estava a ser arrastado...porque, como ela dizia, era orgásmico perder-se no sabor de cada palavra. Entre as viagens, as páginas ásperas, o café e os cigarros caiu-lhe o isqueiro ao chão. Ele ía a passar e apanhou-o, ao levantar-se, devagarinho olhou para a capa do livro, reconheceu-o e sorriu-lhe. Entregou-lhe o isqueiro, ela retribuiu o sorriso e agradeceu. Durante uns segundos ficaram assim, ele hesitou na sua caminhada até á mesa do lado e ela no desviar o olhar de novo para as páginas de papel reciclado. -"Bom livro esse" - conseguiu ele dizer. -"Já leste?"- respondeu ela. Daquelas perguntas que podem dar azo a uma conversa, e assim foi, mais uns minutos de pé até ela dizer -"Podes-te sentar, se quiseres". E conversaram sobre livros, histórias e contos, até o sol se pôr.
 -"E depois?!"
-"Eh eh..agora sim, podes perguntar isso. 
Depois combinaram café para o dia seguinte, e o seguinte, e o seguinte...e conversávam. E ele fazia-a rir, e ela não precisava de usar muitas palavras para ele a perceber. E ela não esperava nada dele e ele não esperava nada dela...e a descoberta, a cada dia, a descoberta era doce e empolgante como as palavras daquele livro que eles tinha lido. Tinham alguns gostos em comum, a música essencialmente e vibravam com outras coisas que o outro desconhecia, mas rapidamente passou a conhecer. E mostravam-se, e tinham sede de descoberta, de descobrir o mundo. A eles, um ao outro, descobriam-se devagarinho...sem pressa e com intensidade...cada recanto da alma e do corpo. É como se ainda os estivesse a ver agora...ás vezes pareciam duas crianças... agachados ao lado de uma estrada a olhar para as cores tipo arco-íris que o óleo deixa no alcatrão molhado, ficavam eternidades a admirar coisitas que me eram tão banais que nem nelas reparava. Brincavam com bolas de sabão, seguiam e ficavam a admirar o comportamento de alguns insectos que repugnam a maioria das pessoas, na rua ou no lixo da rua encontravam sempre algo que acabavam por transformar em coisas úteis ou obras de arte, para chamar um ou outro atiravam pedrinhas á janela e até tinham um assobio comum que reconheciam de imediato. 
Lembro-me numa madrugada de chuva, estavamos os três sentados em silêncio numa paragem de autocarro (parámos um pouco no caminho para casa após uma noite de copos) a ouvir a água que batia suavemente na vidraça daquele casebre temporário. (Aprendi com eles a saborear essas pequenas grandes dádivas do dia-a-dia.) Ele levantou-se, olhou-a nos olhos e estendeu-lhe a mão, ela sorriu, deu-lhe a mão e seguiu-o...foram para o outro lado da estrada, havia árvores e uma clareira, onde caía a chuva, para onde a levou. 
(Vês esta pele de galinha?!...quando me lembro disso ainda me arrepio...)
De mãos dadas, a mão dela no ombro dele, a dele nas costas dela, e suavemente os corpos, próximos, começaram a balançar em sintonia, a chuva, a dança e a música que lhes vinha do coração e só eles ouviam. Houve magia, cumplicidade, amor, paixão e eternidade naqueles minutos..."

sábado, 5 de outubro de 2013