terça-feira, 25 de setembro de 2007

para nós



Espero por ti,
num lugar esquecido no tempo
num banco inérto às décadas
num sofá largado à beira do lixo
num sítio sem espera.
Espero onde o tempo não espera por mim.
caio só sobre lágrimas humidas no chão,
em poços escuros e buracos sem cor ... perdi a visão.
Deixo o meu corpo insensível e desgastado do trabalho arduo e feroz de que eu própria sou chefe,
e guio-me por trilhos já percorridos e incertos...porra...esqueci a volta.
mas não páro por temer não saber a entrada e sigo para descobrir a saída.
Tu não me procuras,
não me lembras!
Sou um pedaço de papel queimado e lançado ao vento, ao temporal
torno me cinza destruidas pela chuva que tu pisas
e que o sol não seca e que são ignoradas num chão.
é indiferente para ti saber o qu eu penso, é indiferente a minha diferença.
sou eu a minha própria destruiçao..crio ilusão!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

gema de ovo

isto de pintar
tem muito que falar
ainda ontem andava a rabiscar
e hoje ja começo a pincelar..

...

hoje parto...para um perto que me parece imensamente longe...


(ó amarelo torrado, já pintavas alguma coisinha!!!;p)

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Amanheceu. Os raios de sol já me entram pla janela.
Na cabeça o quico, numa mão a paleta e à frente a tela,
começo a pensar na cor do pensamento…
penso sem querer nesta vida preta e branca…em todo o meu tormento.
Pego no pincel. Sinto-me repentinamente leve…solta-se a mente.
Olho para um palco negro, opaco e pinto-o de transparente.
Agora está livre podemos actuar!
Com ou sem vontade sou obrigada a pintar…
Junto um ínfimo de preto ao amarelo…amarelo torrado!
Um pouco de azul ao magenta… tantos tons de arroxeado!


Esboço um deserto…longínquo…seco…sombrio…

…um corpo…morto…roxo…frio.


Talvez tenha morrido de sede… (sede de paz?...)
Ouço o que o cadáver murmurando me pede…
atiro-lhe instintivamente um copo de água.
Suspiro com um incerto alívio…terei afogado assim a mágoa?
Restou-me uma mancha roxa amarelada…
descubro que não sei pintar, deito-me triste e cansada.
Sonho com uma areia quente, brilhante, amarela torrada…
dela rompe uma cosmos cheia de vida…arroxeada…

terça-feira, 18 de setembro de 2007