segunda-feira, 29 de outubro de 2007

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Deixei cair no chão a cinza de um cigarro que insiste em não se deixar levar plo vento. Sei que a chuva a vai matar.

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Lembro-me quando era pequenina de ir á varanda sacudir a toalha num final de jantar primaveril, olhei para cima e vi um anjinho com um carrinho das compras a levar uma alminha para o céu…;) não sei se na altura a minha mãe acreditou…
Nunca mais vi nenhum.
Lembro-me de chorar ao imaginar a minha gata presa num foguete a explodir no ar em mil cores…mas na altura achava engraçado metê-la na máquina da roupa…
Lembro-me do pesado sentimento de culpa (na altura mais pesado que eu) quando descobri a minha tartaruga seca debaixo do guarda-fatos dos meus pais…enterrei-a e fui colher flores para cobrir o seu túmulo.

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Permanecemos…
No meio de orgasmos trémulos que o vazio olhar apaga.
Esculpiremos medos, angustias e os sonhos que não existem num pedaço de gelo…colocá-lo-emos no forno. Espero coragem para o acender.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

..o som que faz da tua vida uma danca...


"Passos encadeados, gestos soltos, toques sentidos, tecidos que voam, corpos que se exprimem, olhares que se trocam, mãos que se estendem, olhares que não se vêem, olhares desmaiados, olhares vivos, cor, sentimentos que se transpiram, ideias que se pensam, ideias que se dizem, sussuros, cheiros que se pronunciam, a ansiedade de pisar o palco, a confiança de passos seguros, o risco de tropeçar, a partilha com o outro, o estar sozinha, o estar com o eu, o dar, o ouvir... O escutar!!!

A vida e o bailado dos sentidos!

Muitas vezes tropeço, muitas vezes caio no chão... Apercebi-me que não chega levantar-mo-nos e tentar de novo. Experimentei ficar sentada no chão. Curvar a cabeça sobre os joelhos, fechar os olhos para o bailado e escutar o que verdadeiramente toca o meu coração... Ficar assim ate o meu corpo bailar nas vestias da mente, segurando na mão a melodia que o fez erguer. Bailo sem medo, sem receio, sem angustia... Bailo comigo mesma, sou eu. E na outra mão seguro quem comigo quer bailar, quem me toca a melodia que traz na sua mão, quem procura escutar o seu verdadeiro som... Na outra mão trago o mundo!

E numa corrente de mãos vamos bailando ao som de melodias que se entrelaçam, que se misturam sem medos... E quando verdadeiras formamos a mais bela das sinfonias!

Vamos bailar"

por : vidinha

segunda-feira, 1 de outubro de 2007


inseguro cosmos...trémulo...está a murchar...sente-se frágil, tão frágil...se o empurrares morre. não o queres regar? talvez te agradeça... sopra-lhe devagarinho para que fechando os olhos se sinta novamente parte da natureza...sente-se tão só na floresta escura...à noite as gotas de orvalho caiem sobre ele...ou será que caiem dele?...não interessa...aliviam-no assim por instantes.

pobre pequeno cosmos, para que serves tu? és fraco, hesitante e intranquilo... descobriste que sózinho não és nada...






hoje estou roxo-velho-triste.