Gostava de ter o poder de mudar vidas. De ter sabedoria para com as palavras certas fazer renascer a esperança. De pousar a minha mão e conseguir pôr fim á agonia...

Finally it happens...and I could feel it with all my heart.

mX

Dias amenos e cinzentos, um entusiasmo para dois dias que se aproximavam..."finalmente", aprofundar um pouco um tema cujo interesse subia de dia para dia.
Desilusão? Não, não com esse tão enorme mundo, talvez com o constatar da minha dificuldade em 'entrar nele',  da possibilidade de 'não ser o ideal para mim'...Um fim-de-semana intenso, demasiada informação, nada clara para mim...expectativas altas vs auto-confiança ainda baixa??
Depois: um cansaço extremo como me avisaram, turnos a roçar no profissionalmente insuportável, tentativa de boa disposição para alimentar um sonho, 1 folga preenchida com trabalho não suposto e não pago..precisar de 1 tempo para respirar fundo, várias vezes, muitas vezes. Um tempo para me tentar recompor... ao mesmo tempo uma vontade de fugir a esse espaço onde teria de 'analisar' e digerir o que cá vai dentro.
Pessoas, pessoas que nos oferecem uma boa disposição pura e abrem os braços, ajudas que não se percebem mas que se sentem.
Não sei como vou enfrentar o caótico trabalho amanhã, começo a pôr em causa o que realmente quero..começo a divagar sobre possibilidades..3 anos e 5 meses, espero ter a coragem de mudar antes de me acomodar. Sinto falta das árvores...e do chilrear dos pássaros...na minha vida.

Ponho 'pause' no "quem sou eu?" e começo a pensar no "quem/como/o que quero ser?"    

Obrigada, não percebo mas acredito... obrigada.

Conheci-te. Conheci-te e senti que já nos teríamos cruzado nalgum lado, numa outra vida talvez... Ouvi-te, por meros minutos tentei perceber a tua história, tentei dizer-te que ainda havia esperança. Acalmei-te, por algumas horas consegui manter-te em ti. Queria tanto tanto ter conseguido ajudar-te...tanto. Queria tanto ter esse poder...tanto. Desapareceste. Lembrei-me de ti algumas vezes. Contei a tua história, eu acreditei nela. Eu acreditei que podia haver esperança.
Hoje disseram-me que terminaste com tudo. Da maneira mais fácil e mais corajosa. Provavelmente da única maneira possível quando não se tem nada nem ninguém. Os meus olhos encheram-se de água. Contive-me mais uma vez e a mágoa mantém-se aqui. Que sejas feliz onde estás, algo me disse que merecias ter sido feliz.

São os ecos da terra. Em ti. Em mim.

Perdi-me por longos momentos nas vivas estrelas envolvidas no manto azul brilhante que, ao clarear, anunciava o nascer de um novo dia... no crepitar da fogueira que me aquecia a nua e fria pele e nos teus doces olhos de menino tão determinado e tão perdido ao mesmo tempo. Dei-te a mão. E por segundos as nossas mãos foram os nossos corpos. Encostei a minha cabeça no teu ombro, ficámos a contemplar o pedaço de sol na terra que estava à nossa frente.

Não imaginas o esforço que fiz ao dizer-te que não.

(Chegou a altura de mais um cálice de vinho do porto em frente ao blogue, raios, como é difícil descrever as coisas que vão cá dentro.)

Faz hoje uma semana que (depois de uns meses fantásticos, cheios de vida, aprendizagens e "pica" diária) a minha linha de entusiasmo no dia-a-dia começou a descer. Não sei se foi por determinado personagem desta história me ter ajudado a sentir coisas que já não sentia há muito (não, ainda não me voltei a apaixonar..snif..) e ter voltado a despertar aquele amor que tenho pelas partilhas silenciosas..e a saudade,  se pela fase de TPM (...), se por hoje estar no meu 9º de 11 dias consecutivos de trabalho durante os quais não tenho estado com mais ninguém a não ser os meus colegas (mt boas pessoas...but not enough) e os doentes para os quais tenho feito um esforço enorme para ter a paciência que usualmente tenho..e depois espera-me uma folga..mais tarde terei 6 dias e vejo-me a fazer planos como se tivesse 1 mês! Ando com uma ansiedade parva, sem motivo aparente...ontem vi na TV imagens de um festival e tive que desviar o olhar pois o desejo imenso de lá estar manifestou-se como um sufoco.

Quero sol na pele, água, música bem alto, pessoas!!!

Ando com uma vontade louca de explorar os meus limites, de cair no poço dentro de mim e perceber o que há para descobrir...acredito que há tanto para descobrir..!


...


PS- não estou deprimida, estou estranha.

Tanta coisa dentro deste corpo, desta mente e deste coração que gostaria de escrever para depois reler e voltar a reler para tentar perceber melhor...tão difícil por em palavras novas vivências, aprendizagens e experiências!
Várias conquistas...tive o prazer de conhecer pessoas maravilhosas que estavam, estão, na mesma "frequência" que eu...excepto 1 todas eram mais novas que eu, o que é absolutamente fantástico!! ver que várias pessoas, que se encontraram "por acaso", de diferentes países têm uma maturidade espiritual e uma forma de ver a vida tão bonita! Apaixonei-me...por pessoas, por momentos mágicos, por conversas, por músicas... Conheci melhor o meu corpo (estou a conhecer ainda..), lutei contra medos que consegui vencer...e que bem me souberam... :) Experienciei coisas que não consegui explicar e o gozo que isso me dá...quando por mais que tente não consigo racionalizar! É tão bom só sentir sem ter a necessidade de perceber! E ao mesmo tempo tão difícil!...mas possível ;) Ainda não percebi bem o que aconteceu, mas acho que quase conheci o 'famoso' estado de transe (sem qq substância..) apenas com música (percussão...absolutamente ENORME) e olhos vendados...e no fim não me apetecia acordar, não me apetecia abrir os olhos...que se encheram de água...fui tão livre, tão EU naquela horas...

"SOUNDING DANCE RITUAL
É resultado de anos de experiencia com o ritmo, a musica, o canto, movimento e diversas experiências e formaçôes nas areas da psicologia espiritual, desenvolvimento humano e Xamanismo.
A musica é a manifestação sonica dos movimentos do corpo, enquanto a dança é a manifestação cinestésica dos sons e da musica. Estão intimamente interligados desde o inicio da nossa historia humana, e foram entre outras, utilizados como veiculos de exploração dos mistérios da vida e da morte.Sim para aprender, desenvolver, conhecer, expandir, reconhecer, sonhar, manifestar, integrar e relembrar que a realidade não é apenas aquilo que observamos, mas é também mistério profundo...alma, espirito, transcendencia.
Sounding tem significado dubio em simultâneo quer dizer sondar procurar, penetrar, perguntar, como tambem fazer soar ou despertar algo.Eu gosto de transmitir que quer dizer sondar, penetrar no invisivel, perguntando ao corpo fazendo soar o seu som, oseu ritmo, o seu movimento, a sua sabedoria.
É um ritual de religação contigo proprio, criar tensão atravês da pergunta ou do desejo, obter possiveis respostas ou sinais atravês dos impulsos irracionais da alma, integrando a sabedoria no som na musica e na dança, activando por sua vez o logos da consciencia humana no corpo, com o suporte do trance Xamânico e da meditação activa.
Atreve te a viver com paixão, amar, cantar, tocar, dar, receber, meditar a tua ancestralidade em sincronia e harmonia com a benção dos teus ancestrais"

Ahhh....tanta coisa que não consigo por em palavras!!!

Entrego-me...á descoberta...*

Não querer querendo,

Estava no aeroporto hoje de manhã, um pouco inquieta, (estar num sitio desses sem "bilhete na mão" para seguir viagem, acaba por saturar), resolvi ir dar uma volta. Fiquei uns 5 min na zona das chegadas a observar as recepções que amigos/familia/namorados faziam aos recém chegados..deu para fazer uns filmes engraçados. Humm...uma espécie de quiosque..livros!! Perco-me no tempo a ler capas e contra-capas, imagens e pequenos excertos. Entre alguns temas que considero interessantes, um título prende-me a atenção : "Aprendizes de Xamã",  li apenas 1 ou 2 textos acerca deste assunto há uns tempos o que me deixou com uma muito vaga ideia.. não sei nada sobre Xamanismo, mas parece-me algo interessante para ser (para já)  'superficialmente aprofundado'.
Na viagem de volta a casa ponho em modo 'pause' o livro que tinha iniciado de manhãzinha ( já lidas 60 de 517 páginas) e vou tentar perceber se o novo livro comprado vale os 3000$00 gastos. Começo a devorá-lo..embebida na leitura há uma parte que me faz parar por uns segundos, volto a trás e releio:

"O que acontece durante uma cerimónia? Vem ao de cima, simplesmente, a hiperconsciência. Sob o efeito da planta, ficamos muito sensiveis. Há quem diga que nos aproximamos de uma percepção molecular de nós próprios (...) Mas há mais. Descobri há pouco tempo, por volta da minha cerimónia 40, que essa sensação é a consciência no seu expoente máximo. Parece uma verdade banal, mas vivê-la significa muito mais do que as palavras. Estamos conscientes de cada gesto, cada olhar, cada movimento, respiração, ruído.  Por isso nos movemos devagar e com cuidado, para não haver um overload, uma sobrecarga do sistema...(...) hiperpresença dos sentidos. Afinal é isso viver o presente intensamente! Não há discursos filosóficos  ou racionais, apenas uma experiência total do momento." 

WOOOOW.............!!!

Há uma semana atrás, no dia 7/6, depois de ver o tão esperado filme "Before the Rains" e enquanto ouvia uma música que adoro e me faz sentir uma espécie de nostalgia boa (Mahima de Susheela Raman) comecei a sentir em mim algo diferente...como se para cada pestanejar todo o meu corpo precisasse de estar atento..eu pestanejava com todo o meu ser! Naqueles minutos era para mim impensável virar a cabeça ao mesmo tempo que movia um braço, toda eu era slow motion... era como se cada mínimo movimento meu fosse ao mesmo tempo tão suave, mas tão intenso que nada mais poderia existir ao mesmo tempo. Durou alguns minutos...e foi naturalmente desaparecendo. Percebi que algo de estranho e novo tinha acontecido ali, mas que raio seria aquilo? Provavelmente um devaneio que iria acabar por desvalorizar, esquecer e não partilhar com ninguém.

Vá, eu (também) não escolho os livros, eles é que me escolhem a mim ;)

Algumas pessoas vão ler isto (olha eu crente que tenho seguidores!!) e não vão perceber nada, mas não faz mal, eu também ainda tenho tanto tanto tanto para perceber!*

Hoje voltei a ser invadida pela confusão...um baralho de sentimentos atirados para o chão.

...acho que nunca estive tanto tempo sem sentir 'nada por ninguém'..tenho andado muito bem até...apercebi-me (finalmente) que consigo fazer planos e atirar-me de cabeça sozinha para determinadas coisas sem necessitar do incentivo de outra pessoa..apercebi-me que "cresci" muito neste último ano...(ya, não é esse crescer, mantenho-me fiel ao meu 'pouco mais' de metro e meio :p)..apercebi-me que todas, sim TODAS as pessoas são especiais..e de uma beleza incrível, só que muitas (já não digo a maioria, olha o optimismo!) continuam a "esconder-se", inconscientemente, atrás de posturas e afins fúteis e efémeros...apercebi-me que nascemos todos com formação superior sobre como comandar a vida (agora relembrei-me de uma frase que uma velhinha me disse uma vez: "Menina comande o seu barco..não deixe que o comandem por si!") mas a sociedade em geral, o material, até os nossos pais (que tanto nos amam) nos impelem a esquecer esse grande poder que temos...apercebi-me que tenho TANTO para aprender (!!) e quanto mais conheço mais me apetece conhecer ("Sede pelo Infinito", com sabor a chá verde, devorei-o hoje junto á janela que dava para a rua no "Café do Manel").

(Hmm..apercebi-me que acabei de escrever N frases sem um ponto final, as minhas professoras de português iam ficar orgulhosas...)

Hoje apetecia-me um amor (ou pelo menos uma paixão), correspondido/(a).

Lembro-me perfeitamente da última vez que desejei isto..e na altura não formulei bem o desejo e acabei por me apaixonar pelo meu melhor amigo e a coisa não correu bem como eu queria...:/ ;)

E pronto, não sei se pelas muitas músicas ouvidas hoje (se pela private party no sótão), se por me ter conseguido expressar ou por este pequeno cálice de vinho do porto (sim hj foi mesmo só para saborear...) já me sinto bem melhor. Venha o dia de amanhã e o resto da minha vida, só ou acompanhada.

*

III

Hoje sinto-me como um passarito que acabou de cair do ninho.
Lost and lonely, como já não me sentia há muito.
É o apego. É o suposto porto seguro que vai seguir o seu rumo...é o saber que vou ter de aprender a caminhar sozinha. É o medo do desânimo, dos buracos, das barreiras que aí virão...é a velha insegurança a bater na vidraça.
Amanhã será outro dia.
E que eu seja, todos os dias, a coragem para mudar quando a felicidade deixar de me tocar.

...um mundo à parte.
VR, muito me contas tu...e a cada dia as dúvidas e o interesse aumentam.

E lembro-me várias vezes durante o dia...como se tivesse sido um sonho...mas não..trata-se de uma futura (nova?..) realidade.

Há momentos que nos fazem sentir absolutamente abençoados....
.
(de braços bem abertos)



OBRIGADA...! *

Reconheço o teu cheiro de olhos fechados.
Reconheço o sabor dos teus leves passos, o odor da tua voz...
A tua hesitação adoça-me a boca.
Faço com que me sigas.
Continuo, devagar, a caminhar, imagino o teu rosto e solto um quase imperceptível sorriso.
Segues-me.
Ergo o cálice e faço um brinde.


A nós, que não existimos.

Termino o ano com o sono, o meu mais fiel inimigo. Uma transição passada em luta, com ele, e com todas as sensações que de tão negativas me parecem as mais reais. Um manequim descontrolado, as palavras foram comidas por um sentido que se julga existir (neste momento não estou certa acerca do que existe). Até que aquela voz me pergunta cruamente "O que é que estás aqui a fazer?" e eu sem qualquer dúvida respondo: "Nada, absolutamente nada." . Nado para o meu porto de abrigo,recorro ao condenável e sinto este corpo inanimado arrastar-se para um ainda assim destrutivo sono de exactamente onze horas.
É bom ter o poder de carregar no botão do OFF, é bom, nem que por quase meio dia ter o prazer de deixar de sentir. Deixar de sentir a invisibilidade, a tímida frustração. Quero matar o meu ego. Quero viver para sempre naquela brecha. Quero ser.