terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Pfff...nem sei o que vim aqui fazer, não tenho nada de jeito para dizer, não me apetece abrir-me directamente com pessoas (nunca me foi mto fácil explicar verbalmente estados), mas deu-me vontade de escrever, talvez para tentar clarificar (dentro de mim e principalmente para mim) o que cá vai dentro. Não sei quem lê, com que olhos o faz e se sente alguma coisa, mas se não lerem não faz mal (cheira-me que vai ser longo e não vão aprender nada de novo garanto)..o importante é que eu o escreva, aqui vai:

(Estas Tonne a rolar, é soft, mas mexe com coisas -  sem nome -  cá dentro; Incenso de canela, porque é quase Natal e este cheiro acalma-me; semi-luz-amarelada que dá um ar acolhedor a este sótão  mega desarrumado; não, desta vez não tenho o belo do cálice de vinho do porto...troquei-o pelo chocolate, chamem-lhe carências ;/ ;) )

Amanhã é dia de consoada, vou passar a tarde e a noite a trabalhar...o que não me deixa triste, porque estou numa fase em que parece que não tenho nada para dar a ninguém e o facto de ir trabalhar faz-me sentir...útil?...Vou estar com pessoas que estão mal, algumas com os dias contados, não posso fazer nada por eles...mas vou tentar fazê-los sentir o momento presente (alguém percebe a importância de o sentir?), nem que seja só por meros segundos, olhá-los nos olhos e desejar-lhes um bom descanso e que estarei ali até o sol nascer se precisarem de alguma coisa. Há quem fique mais descansado com isso, há quem tenha medo da noite (do escuro, do desconhecido?) e nos chame constantemente sem explicar bem o que sente...e há aqueles que nem nos direccionam o olhar, aqueles que já desistiram de tudo. Queria ajudar as pessoas a morrer em paz. O que ando aqui eu a fazer? Porque á última da hora vim parar a esta profissão e aqui me mantenho? É possível ajudar alguém a morrer em paz? Se for digam-me como por favor.

Está quase a acabar este ano, faço um review do que aconteceu durante este que passou...2 acontecimentos saltam-me á vista: a descoberta e uma paixão.
 A descoberta e contacto com um 'mundo'...pfff..absolutamente indescritível que nunca sonhei que existisse e muito menos que eu tivesse oportunidade para o 'sentir'. As oportunidades criam-se...de facto...ás vezes é só dar o 1º pequeno passo e tudo se desenrola...portais?...Coisas inimagináveis para mim há pouco mais de um ano. Grata por 'me considerarem' digna de explorar mais, conhecer mais e assim aumentar também as minhas dúvidas em relação a tanta coisa... "O conhecimento é como um círculo...A borda é a fronteira com o desconhecido...Quanto mais aprendemos sobre o Universo, mais o círculo cresce e maior tb fica sua borda...De forma que quanto mais conhecemos, maior é a fronteira com o desconhecido...Assim, quanto mais sabemos, mais desconhecemos também". Nó no cérebro?...Sim, mas vale a pena, o medo, a felicidade e os vómitos ;) Sempre me considerei muito ligada á Natureza (não, não sei distinguir um lagarto de um sardão, nem sei nomes científicos de nada), mas depois desta experiência ("louca" para alguns), e de durante este verão estar tantas vezes, que ainda assim me souberam a pouco, no monte e nos rios, senti uma sintonia com árvores, água, animais e humanos, e uma paz que também não vou saber descrever...mas que me soube pela vida.
Apaixonei-me, afinal não estava transformada numa pedra. Conheci alguém por quem me apaixonei de tal modo que me esqueci de mim. Sim é uma merda quando te esqueces de ti, mas é brutal quando percebes que ainda há pessoas que te fazem tremer as pernas e o coração. Uma paixão não correspondida, one more time?...Ainda não percebi se me apaixono por pessoas "erradas" ou se tenho tendência para gajos inconstantes e com o coração fechado...o que me faz pensar...será que esta minha tendência quer dizer que eu no fundo não quero mesmo uma relação dita "séria" como eu acho que quero? Pfff...não sei...sei que não quero cair numa qualquer relação monótona e sem paixão só porque tenho quase 30 e quero ter filhos. Como diz um amigo meu "Não resultou? Ok, pelo menos já sabes o que queres numa pessoa e o que não queres, estás a aperfeiçoar os teus requisitos" Assim seja, quero alguém (não para mim, mas comigo) humilde, corajoso mas com medos conscientes, que adora, quer e tem jeito para crianças, que se questiona, que mergulha dentro de si mesmo e partilha coisas que muitos de nós nem sequer admitimos, sensivel a uma pessoa que precisa de ajuda e a uma estrela que rasga o céu, que me ouça com atenção e saiba como me fazer falar, que me perceba quando não falo (...:) ), que me ajude a conhecer-me melhor, que não seja picuinhas (não vou entrar pela negativa sn nao saio daqui...)...mas que seja observador, que seja sociavel qb, mas discreto, que tenha sensibilidade para uma qualquer arte, que me dê a mão e me ajude a enfrentar os meus medos e que me deixe fazer o mesmo com ele, que tenha vontade de viver e fazer coisas...e mto importante, iniciativa para as mesmas, falar não chega...que dê abraços 'daqueles' que não se explicam, que perceba o que quero dizer quando uso a palavra "energia"...entre possivelmente muitas outras coisas...mas acima de tudo isto, que haja paixão recíproca e (enquanto for para durar) que me dê segurança...só assim me é possível eu não me esquecer de mim. Acho que é isto que quero em relação a amores...oubiste Universo?! desta vez expliquei como deve ser...

E há outra dúvida que me tem visitado, ainda de uma maneira suave...ir ou ficar? Afinal nada é impossível...mas tenho de amadurecer isto e perceber o que quero e ao que estou disposta.
Para já, aperfeiçoar o contacto com a inner voice...

Chove lá fora...amh esperam-me 16h de trabalho e dps um almoço em família...está a ficar na hora de me deixar escorregar para o mundo dos sonhos com esta bela banda sonora natural...abraçada a mim*

Um Feliz Natal para vocês.





1 comentário:

Necas Cirne disse...

Só sabemos o que somos depois de descobrir o que não somos... do mesmo modo só saberemos o que queremos quando descobrirmos o que não queremos... É sempre duro descobrir o que não se é ou o que não se quer porque isso implica errar, mas ao mesmo tempo dá a satisfação de mais uma batalha ganha.